domingo, 3 de agosto de 2008

:::Bis: Coluna Dominical - Danuza Leão::::

Fonte: nicepinheiro.blogspot.com (via Google).

.ok. lá vai outro repeteco da sempre elogiada Danuza Leão.

"As mentiras que ajudam a viver (Sempre se pode -e se deve-mentir a respeito de quase tudo, para que sejamos mais felizes ).

VOCÊ JURA que nunca vai mentir para mim?"Quem nunca ouviu essa frase? Quem nunca disse essa frase? Pois pode esquecer: tudo que se espera é que eles (e elas) mintam muito, que mintam sempre, em algumas circunstâncias, para que não se sofra.Sabe aquele dia em que você acorda, se olha no espelho e não acredita no que vê, tal a ruína e derrota estampadas na cara? Pois é exatamente nesse dia que precisa ouvir um galanteio do tipo "como você está linda". Mesmo sabendo que está um lixo, sempre dá para acreditar que uma noite passada em claro pode até dar um certo charme.Sempre se pode -e se deve- mentir a respeito de quase tudo, para que sejamos mais felizes; verdades costumam ser dolorosas e não levam a nada. De que adianta, numa madrugada de grande honestidade, ouvir de seu companheiro o relato daquela vez em que ele te traiu? E como confissão puxa confissão -ou vingança-, o capítulo seguinte é você contar não quando traiu, mas as vezes em que quase traiu mas que ficou apenas na vontade, o que em certos casos é até mais grave. As pessoas acreditam que confessando se purificam, e a moda é contar e depois pedir perdão. Até o papa pede perdão, por que você não pode?Aprendemos: acima de tudo, a verdade. Mas o que é a verdade? Hoje ela é uma, amanhã outra, dependendo de como você passou a noite, se acordou de bom ou de mau humor. Sejam misericordiosos e não digam nunca, jamais, nenhuma verdade a ninguém. O almoço com a secretária nova para quem fez um certo charme, o amigo que telefonou propondo tomarem um drinque com duas amigas, os minutos que passou pensando em como seria bom se tivesse dito que sim, mesmo tendo dito que não podia? E quando vai para casa e liga o rádio do carro e ouve aquela música antiga, do tempo em que era livre e fazia tudo que queria, vai contar? Pra quê?Tudo bem, você é daquelas que querem saber; mas para quê? Vai parar de sofrer, se tiver certeza? Essa história de "doa a quem doer" é muito boa, contanto que doa no outro.Ah, que maravilha conviver com pessoas adoráveis, que só dizem coisas agradabilíssimas, por mais mentirosas que elas sejam. Chega de sinceridade, e se alguém algum dia te fizer a clássica pergunta: "posso te dizer uma verdade?", responda sem pensar: "Não, não pode". Pode ser pior do que dizer a uma amiga que acabou de cortar o cabelo bem curto que preferia como era antes? Isso é pior do que dizer a verdade: chega a ser maldade.A verdade costuma ser dura; olhe para a pessoa mais próxima, aquela de quem você mais gosta, e pense se seria capaz de dizer o que passa pela sua cabeça às vezes -só às vezes.Claro que não. Minta, descarada e misericordiosamente; um coração apaziguado vale mais do que qualquer das verdades enaltecidas neste mundo. Quer um bom conselho? Reúna a família e declare, em alto e bom som, que se seu marido um dia te trair, você não quer saber, e emende logo dizendo que se isso aconteceu há 20 anos, também não está nem um pouco interessada. Por mais esclerosadas que estejam as pessoas, a memória delas está intacta: intacta para lembrar dos casos escabrosos de todos os parentes, e da nossa idade.Dessa, elas não esquecem nunca; e isso quando não aumentam."

.e agora? verdades ou mentiras? quais você prefere?

.depois dessa crônica, minha resposta está abalada.

.abraço.

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