.ok. eu não sei dosar bem minhas atitudes em relacionamentos.
.e como sempre acreditei que em relações você aprende pouco a pouco (tanto a lidar com a outra parte interessada quanto entender a si mesmo nessa interação, constante e intrigante), acontece de vez ou outra, dar de cara com um dilema. minha primeira visão é algo que todos os aspirantes a psicólogos recomendam: debata isso, ora essa! mas a segunda visão é bem mais esclarecedora e questiona: será que levar sempre ao ringue qualquer dúvida sua sobre o que ocorre entre os dois é realmente necessário, válido?
.como esse pensamento sempre vem a minha cabeça quando estou envolvido, teve um caso onde eu, totalmente entregue, queimei meus neurônios para decifrar o enigma sem entregar o ouro para o ladrão. tudo aconteceu quando passamos o primeiro final de semana juntos.
.recebi o convite e aceitei de bom grado. tinha enormes expectativas e inseguranças milhões de vezes maiores! como em qualquer situação a qual não se teve contato anterior, você não sabe ao certo o que esperar ou o rumo onde terminarão suas angústias e alegrias de três dias. claro, minha cabeça fervilhou de idéias, possibilidades, planos, opções, ações, negações e outro rol interminável de possibilidades que preenchiam certamente mais do que um ano em convivência intensa e ininterrupta.
.e chegou a hora do circo pegar fogo. ok. não teve nada disso. tudo correu muito de forma correta. fui muito bem recebido. bem tratado.
.não pude ter 100% da atenção porque quem me convidou tinha dezenas de coisas para solucionar e compromissos urgentes a comparecer (como qualquer workaholic que se preze). já sabia da estória, então, sem direito a reclamação.
.isso até ajudou um pouco. porque tinha tempo para planejar em sua ausência, todos os mimos e carinhos que poderia oferecer. como qualquer apaixonado faria, por assim dizer.
.em uma dessas ocasiões, quis cozinhar. uma surpresa. sabia da sua preferência por cozinha japonesa e preparei um prato típico. e na insegurança total, preparei um macarrão. é. um prato coringa. prevendo um imprevisto. afinal, não seria esse porém que acabaria com uma noite tão bem planejada e executada.
.os resultados foram ótimos. consegui meu objetivo. então, o resto da noite, como não poderia deixar de ser, correu tão leve e sossegado, que senti em alguns momentos meus pés fora do chão e outras sensações que os tolos românticos poderiam denominar "estado de graça".
.mas o porém que tanto evitei, desviei, lutei, surgiu assim, de repente, no dia seguinte.
.sentamos nós dois frente a frente no sofá. e ouço algo do tipo "você tem que se estabelecer mais. impor sua vontade. não pode ficar na dúvida." o macarrão foi UM dos exemplos utilizados na conversa.
.o chorão aqui segurou o nó na garganta com muito custo. e buscou lá no íntimo permanecer todo ouvidos as palavras nem tão agradáveis que queimavam delicadamente a alma. entender a situação. decodificar algo a mais. ver o erro. compreender.
.fiz tudo o que podia para agradar. e isso que acontece. esse foi o erro?
.minhas relações sempre envolvem entrega. e escorpiano típico, faço isso mesmo. posso até contrariar minhas próprias leis. brigo, luto, cedo, questiono, silencio, vivo, amo.
.mas com esse sermão, não dá para não se questionar. será que existe uma lei sobre a quantidade exata a adicionar-se na equação química dos relacionamentos?
.ironicamente, tudo o que eu queria era a felicidade estampada no rosto da figura que mantinha meu sorriso incansável, intacto, o dia todo.
.engraçado isso, não?
.abraço.
4 comentários:
oi...que bom que meu comentário te ajudou (no post passado). acho que a gente acaba ficando insensível com a dor das pessoas..."é assim mesmo", "um dia passa"...mas quando dói na gente...aí é diferente né?
quanto a esse post...já me atrevendo a um segundo conselho...RELAXA...
nós (as mulheres) "normalmente" (correndo o risco da generalização) adoramos ser mimadas, porém na exata medida...sem babação...até gostando de uma esnobada de vez em quando. quando a coisa é natural, como vc faria com um amigo, ou com sua mãe, acaba fluindo de forma mais leve e agradável.
uma amiga minha tem até uma teoria. a teoria do "porco espinho"...ele precisa do outro para reprodução, mas quando chega perto demais, acaba espetando. deu para entender a metáfora?
excesso de carinho, dependência, muito planejamento...podem acabar tirando a delícia do improviso. seja seguro...improvise.
beijos e boa sorte
mariah
Personalidade é o fator atrator cara...nunca duvide disso...
nada mais triste que alguem que sempre quer agradar.
.vivendo e aprendendo...a ser mais seguro e impor mais personalidade....
...estou me esforçando.
.obrigado pela ajuda...sempre!
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